A comunicação interna nas empresas é um dos recursos que ajudam a promover um bom clima organizacional. Além de manter os funcionários atualizados sobre benefícios e rotinas administrativas, nivelar informações, divulgar perfis e casos de sucesso, incentivar a participação em campanhas e programas internos, esse tipo de comunicação, quando bem feito, costuma integrar as pessoas e os departamentos, encurtando distâncias e facilitando o trabalho em equipe. A convivência fica mais agradável e o ambiente mais “leve” quando conhecemos melhor nossos colegas e quando a empresa compartilha de verdade as informações relevantes.
E é esse o ponto crucial da comunicação interna. Não basta apenas ter um mural, um jornal interno, um boletim, uma bela intranet ou até mesmo uma TV corporativa, se a companhia promove um “filtro”, ou censura prévia no que vai divulgar. Os tabus são muitos: não se pode falar de crises, de fusões, reestruturações e muito menos de demissões, por exemplo. E, quando elas chegam, pegam todo mundo de surpresa. Ou, pior: quando a empresa sonega informação, os boatos e a chamada “rádio peão” se encarregam de espalhar notícias, verdadeiras ou não, pelos corredores. E o resultado disso é sempre negativo: mais ansiedade, incerteza, medo de perder o emprego e a sensação de que a direção tenta esconder informações dos funcionários.
Por isso, a comunicação interna tem que ir muito além dos murais e da intranet, que são apenas veículos de algo muito mais importante. Ela tem que promover uma cultura de abertura, de compartilhamento de informações, de ouvir e dar feedback e, principalmente, de muita transparência em todos os níveis. Sem transparência, não tem comunicação. E aí, a rádio peão entra em ação.
Faz muito mais sentido investir na mudança de comportamento e de atitude, para tentar implantar uma cultura de compartilhamento de informações e diálogo no dia a dia, do que ter vários canais de comunicação, por mais modernos que sejam, mas que não dizem tudo o que deveriam dizer.